Manaus - Na manhã desta terça-feira (18), quem precisou utilizar os serviços da Caixa Econômica Federal (Caixa) e Banco da Amazônia – os dois únicos bancos que paralisaram o atendimento ao público por completo em toda a cidade, por causa da greve dos bancários – enfrentou transtorno ao buscar os canais alternativos para as transações, como os terminais eletrônicos de auto-atendimento. Ao todo, são 2,2 mil servidores em Manaus.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Amazonas, Nindberg Barbosa, 50% dos profissionais da capital cruzaram os braços, totalizando uma adesão de mil bancários. Segundo o representante da categoria, algumas unidades de bancos privados suspenderam o atendimento ao público no Centro da cidade, mas nos bairros, estes ainda estão funcionando normalmente. Da rede do Banco do Brasil, apenas a da Rua Guilherme Moreira, também no Centro, aderiu ao movimento.

A situação mais grave foi registrada nas unidades da Caixa. Somente na agência da Rua Barroso, no Centro, mais de 50 pessoas se ‘espremiam’ no espaço de auto-atendimento. A aposentada Aparecida Ruiz relatou que está sem o seu cartão e não sabia da greve e agora não ia conseguir sacar seu dinheiro. “Eu preciso pagar minhas contas e agora não sei como vou fazer”, disse Aparecida.

Ainda na Caixa, dessa vez a do Boulevard Álvaro Maia, as portas estavam fechadas, mas uma funcionária auxiliava a população com os serviços nos terminais eletrônicos. No entanto, foi possível perceber algumas máquinas com defeito.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) orientou a população sobre os meios alternativos de atendimento. Segundo a entidade empresarial, os clientes têm à disposição uma série de canais para realizar a qualquer hora do dia suas operações bancárias, como caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking, operações por telefone, casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados.

Negociação

Nindberg Barbosa afirmou que a última proposta apresentada pelos patrões aconteceu há 21 dias e foi de  6% de reajuste salarial, cobrindo apenas a inflação medida no ano de 2011, se levado em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A Fenaban emitiu uma nota lamentando a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve e disse confiar no diálogo para a construção da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria na mesa de negociações.

“A greve é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários”, declarou o diretor de relações do trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico.

Pela proposta dos bancos, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.014,38 para jornada de seis horas. Segundo a federação, entre outros benefícios estão previstos reajuste do auxílio refeição, de cesta alimentação, além da 13ª cesta no mesmo valor e auxílio creche mensal de R$ 301,94 por filho, até 6 anos.